domingo, 26 de dezembro de 2010

Prece de fim de ano


O ano está próximo de terminar e, nessa época, todos estão mais emotivos, sensíveis e pensativos sobre a existência.

Por mais que meu espírito natalino não seja o mesmo de quando era criança (naquela época, fazia contagem regressiva para a noite do dia 24.12), não tem como não se sensibilizar com a data que recorda o nascimento de Cristo - aquele que veio ao mundo para nos trazer a grande mensagem de amor e salvação.



Hoje em dia não dou importância a presentes como dava outrora. A maturidade me trouxe uma boa dose de abnegação e despreendimento. Que bom...
Tanto faz se ganho uma sandália cara, um chinelo barato, uma caixa de sabonetes, um par de brincos ou apenas um aperto de mão e um abraço.
Na verdade, os presentes materiais me causam angústia. Me dão uma sensação de superficialidade. É como se estivéssemos esquecendo o mais importante: refletir sobre nossas vidas. Como se fôssemos ludibriados pela falsa sensação de felicidade que vem enrolada em lindas embalagens de presentes.



Todo fim de ano, penso em como ser uma pessoa melhor.
Tem coisas que não consigo ainda fazer.
Pessoas que não consigo perdoar.
Sou limitada. Humana. E não tenho vergonha de dizer que sou fraca.
A fraqueza vem da minha carne e me faz sempre lembrar o quanto preciso de Deus para ser uma pessoa melhor. Então, ela é uma dádiva.


O que quero para 2011?

Aquilo que realmente é essencial. Que Deus me mostre o que preciso e me faça me sentir feliz com o que basta.
A satisfação pessoal só vem com o auxílio do Alto
Não quero desejar mais do que necessito
Nem ser covarde e evitar lutar por aquilo que é para o meu bem e para o meu desenvolvimento como ser humano
Falta de ambição também não é legal. Só preciso encontrar a medida certa...

Quero puder sair de mim e ir ao encontro do outro
Não é me fechando nas minhas próprias indagações que encontrarei a paz
A felicidade está em fazer o outro feliz. Em se doar. Em compartilhar com o próximo todas as qualidades e dons que Deus me deu

Dá-me essa graça, Senhor


domingo, 26 de setembro de 2010

Mania de você

Ele me chama de louca porque diz que gosto nele coisas que não entende
Se loucura for sinômino de amor e devoção, sim, assumo que sou a mais doidivanas de todas!

Tenho culpa se a minha visão comunga com o que o meu coração sente?

Sim, adoro aquele nariz arrebitado, imponente, bem abaixo daqueles olhos apertadinhos;

Adoro passear meus dedos por aquelas costas cheias de espinhas e, como numa aventura, desbravar os pontinhos que têm cravos, até ouvi-lo dizer: - ai, amor, tá doendo..., me levando a prestar atenção em outra parte igualmente interessante;

Adoro deitar minha cabeça em seu peito e contar quantas manchinhas e sinais ele possui na pele;

Adoro analisar o quão sua boca é bem desenhada para, logo em seguida, beijá-lo sem fim;

Mas, das minhas manias todas, a que ele mais acha ensandecida, é de adorar os dois suvaquinhos... Tão macios e cheirosos... Sei que parece estranho, mas sou apenas uma mulher apaixonada...

Ele reclama, abaixa os braços, diz que sente cócegas, mas, daqui a pouco, quando menos espera, estou lá mexendo nele de novo...

Ah, juro que quero morrer nessa loucura
Ela me deixa boba, menina, moleca,
Às vezes gargalhando
Outras com lágrimas nos olhos
Em todos os casos, sempre,
Terminantemente

FELIZ

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Monstro do armário

Se eu for me auto-analisar pelo meu quarto, como as revistas, manuais e livros indicam, tô perdida.
Deus do Céu, nem consigo me achar nessa bagunça toda!
Tudo começa pela imensidão do meu guarda-roupa. Quando abro as duas portas contíguas, a impressão que tenho é que dali vai sair o lendário "Monstro do Armário".
Na minha imaginação, ele é verde-lodo, com umas incrustações na pele - como carapaças, além de dentes afiados, língua em formato triangular e unhas imensas. Assustador!
Outras vezes acho meu guarda-roupa parecido com o que o povo da Idade Média achava do oceano. Algo temeroso, cheio de monstros (não só o do "Armário") e ondas turbulentas. Ou seja, dali ninguém poderia sair vivo.
Isso tudo porque eu tenho umas mil peças de roupas, algumas com cerca de 10 anos de existência.
Tudo bem que o local para colocá-las é minúsculo, mas essa justificativa não é suficiente para não tentar por ordem na casa...
Se eu fizesse uma limpeza impiedosa, poderia voltar a olhar para o espaço com certa admiração.

Se o problema fosse só o guarda-roupa, seria tão mais simples...
Mas eu tenho um apego doente por tudo! Papéis, canetas, livros, revistas, caixas, até sacolas de plásticos. Quando me revolto e resolvo mexer em alguma pequena parcela da desorganização, parece que faço é piorar tudo!
É uma bola de neve!

Essa semana fiquei pensativa ao ver que, em cima da escrivaninha, em frente à cama, há um porta-retrato com uma foto da época do início da faculdade. Sendo que eu mal tenho contato, hoje em dia, com as pessoas que estão comigo naquela imagem. Para piorar, uma delas fez uma sacanagem muito grande comigo. Daí eu ter me revoltado comigo mesma e pensado na hora: - Poxa, Ticiana, essa realidade já faz parte do teu passado e de um passado bem logínquo, mesmo assim tu vai ser leviana ao ponto de nem se importar e deixar essa foto em destaque no teu quarto?

Foi como se tivesse me dado um estalo. O significado daquela foto, ali, me deu impressão de que eu não ligo em realizar uma faxina nas minhas memórias e nem de dar valor a realmente o que importa. É algo sério isso...

Esse fato aconteceu semana passada, mas, ironicamente, a foto continua aqui olhando pra mim. Mesmo com toda essa reflexão, eu ainda não a tirei do local. Tô esperando o quê para fazer as mudanças na minha vida?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ah, se toda Segunda-feira fosse assim...

O trabalho terminou mais cedo.
Sentei-me no banquinho cor de tijolo esperando ele chegar.
Aquela parecia mais uma segunda-feira, calma, preguiçosa, ansiando para que a terça viesse logo.
Mas não.

Ela era, na verdade, uma SEGUNDA-FEIRA, assim mesmo, escrita com letras garrafais.
Surgiu majestosa para me lembrar que, apesar de ser o dia mais menosprezado de todos, o importante é que se trata de um DIA e um dia é sempre sinômino de VIDA.

Pois bem.

Eis que ele surgiu. Cabelinhos ao vento, camisa preta, calça básica, sorriso faceiro, olhar macio (sim, ele consegue ter um olhar macio!) e um cheiro poderoso que me deixou inebriada...

Nossos passos se complementavam. Nem sentia direito os calos vermelhos que incomodavam, desde o início da manhã, os tornozelos.

O encontro foi marcado apenas para cumprirmos uma missão. Juntos, como sempre. Nossas forças unidas venceram tudo em 20 minutos.


Eu não disse que não iria doer nadinha?, falei
Já ele, com orgulho tipicamente masculino, preferiu afirmar: Você tem um homem com "H" maiúsculo. Não senti nada!

Sorri por dentro e não questionei...Pura sabedoria feminina.

Pegamos nosso barco de quatro rodas e fomos para nosso ninho de amor.
Queria cuidar dele, fazê-lo descansar.
Ficamos deitados, lado a lado, a velha e conhecida janela de céu azul e galhos verdes como nossa cúmplice.

Não podíamos, mas transgredimos as regras e nos amamos.
E, como sempre, foi como se o tempo parasse, nada mais importasse, só nossos corpos famintos, nossas almas afins e nossos olhos paralisados...
De amor

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

zzzzZZZZZZ....

Dormir

Já pararam para pensar sobre esse presente divino? Quase tão bom quanto comer, beijar e trep..., é dormir.

Lógico que - todo mundo sabe - o tanto de horas necessárias para encostar a cabeça no travesseiro e "zzzzzzz" depende do organismo de cada pessoa. E, justamente por isso, nada de julgamentos se você que só precisa de quatro/cinco horas de sono por dia, convive com alguém (eu, por exemplo) que costuma "suspender temporariamente a atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária" (definição via Wikipédia) por volta de nove/dez horas por dia!

Usualmente ouço ao telefone o meu namorado dizer: - Já vai dormir de novo, amor? Ou assim: - Já sei, vai dormir seu sono da beleza. Ou ainda assim: -Aposto que está deitadinha para tirar seu cochilo.

Detalhe 1: Ele é um ser "presenteado" com a vontade quase constante de estar acordado, que costuma se levantar cedo - mesmo quando não tem nenhum compromisso - e ainda não faz questão alguma do cochilinho após o almoço - hábito que sempre tenho quando não estou trabalhando.

Detalhe 2: Não pensem que, por eu aproveitar costumeiramente os momentos de solidão em casa para, bem, cair no sono, eu sou uma preguiçosa ambulante! Gente, como falei no início do post, eu só gosto de dormir e pronto!

Tá, vocês podem dizer que, depois que morrermos, teremos tempo suficiente para dormir e que a vida está passando por mim etc, etc...

E quem disse que eu não vivo enquanto durmo? Já assistiram ao filme "A origem", com Leonardo DiCaprio? Sobre a realidade paralela dos sonhos?
Minha psicanalista (na época em que fazia análise) sempre perguntava como estavam minhas noites de sono e se/o quê eu havia sonhado. Ela dizia que, por meio dos sonhos, nos deparamos com desejos/medos/frustrações e que, ali, nos preparamos para enfrentar a realidade em que vivemos. É algo profundo, meio viajante, mas eu acredito nisso. Sonhar já me ajudou muito aqui, nesse plano real.

Ah, fora que, existem vários tipos de "dormidas" e todas são muito gostosas!

Quando o colchão está novinho - tem gente que não gosta, mas eu amo colchão novo e bem durinho. A coluna agradece!;

Tem a dormida com os lençóis recém-lavados e com cheirinho de amaciante. Humm, delícia!;

E o sono a dois? Com as perninhas e os pezinhos enroscados? Existe algo mais romântico?;

Dormir com som de pingos de chuva e sentindo friozinho também é bom demais;

Uma boa dormida numa rede bem espaçosa (aqui também cabe um sono acompanhado);

Quem diz mais?



Benefícios de se dormir bem:

- Proteção contra os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento.

- Evitar o stress.

- Estabilizar os níveis da respiração.

- Melhorar a memória e as capacidades intelectuais.

- Aumentar a produção de colagénos.

- Descansar os órgãos do corpo.

- Aumentar a melatonina (hormônio que regenera as células).

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Durante toda a minha vida cresci e me desenvolvi querendo voar, me expandir, mas sempre presa a algo interno. É como se, bem no centro do meu ser, existisse uma estaca na posição vertical – acompanhando a coluna vertebral – capaz de manter minha alma (e seus devaneios), além dos sentimentos (esses, os mais “perigosos”) sempre ao alcance.

Talvez essa minha característica tenha a ver com a dualidade inerente de Gêmeos, queiram explicar os mais ligados aos astros. Com certeza admito ser eu uma geminiana “raiz”, mas acho que ficar nessa justificativa é deveras superficial.

Medo.

Se eu tivesse que apontar algo que atrapalha a minha existência – em todos os âmbitos, é essa palavrinha infeliz. E o medo tem tanta perna...Se espalha que é uma beleza...Dele vem a timidez, a vergonha, o receio (seu fiel escudeiro) e, por isso mesmo, uma vida vazia, com cores pálidas, sem grandes realizações.

Tá, talvez esteja sendo muito dura comigo mesma. E daí vem outra característica que me atrapalha. A neurose pela perfeição. Se eu respirar fundo e lembrar tudo pelo o qual já passei, tenho meus motivos para pensar cinco, seis vezes, antes de abraçar algo...Sensatez nunca fez mal a ninguém.

Nossa, toda essa ladainha introdutória era para chegar ao ponto atual em que vivo. (Deixa de ser prolixa, menina!) Existe um determinado momento em que tudo se funde, a realidade ao meu redor se enevoa até desaparecer e eu fico dentro de um mundo paralelo cheio de graça, alegria e perfeição. Para adentrar esse mundo louco (e o “louco” aqui é muito bem-vindo), percebi que foi preciso que eu finalmente me abrisse para os riscos, o novo e pusesse o tão tenebroso medo de lado.

Deixar a estaca que me prende cair e me permitir realmente criar asas e voar não é doloroso, não arranca pedaços e nem deixa seqüelas. Pelo contrário. É maravilhoso! E me dá forças para ser melhor nas outras áreas da minha vida.


Labirintite do amor

Menino do cabelo molhado e sedoso,
Quando teu olhar encontra o meu
O turbilhão que costuma habitar minha mente adormece
Sorrio um sorriso discreto, sereno
Nessa hora, meus braços rodeiam teu pescoço
Sinto você me enlaçar
Estamos conectados

Olho para os lados para tentar me desfazer disso tudo
Ou talvez olhe para os lados só para ter a certeza de que está realmente acontecendo...
Acontecendo aquele momento em que tudo ao redor fica nublado
Parece que estamos dentro de um espiral
E só o que importa e faz sentido, sou eu e você

segunda-feira, 1 de março de 2010

Para o meu menino

São 20h. 23h. 1h. 2h30. 3h. Nunca a hora é a mesma nem a sensação.
Pode ser de dia também. Cedinho. Ou com o sol a pino. Não existem regras.
Me olho no espelho do retrovisor do carro e vejo dois pontos circulares brilhantes. São meus olhos.
Mesmo com o piscar e o repiscar, a luz não se esvai. Ela é absorvida e passa a fazer parte do meu eu interno. Ou será que é reflexo do que vem de dentro?

A música que toca faz eco ao som que vem do coração. Inflamado. É assim que ele está. Mas também satisfeito, seguro, ciente que está sendo bem cuidado.

O telefone toca, e a voz mais manhosa do mundo surge na outra linha. Ele quer me ver. Puxa, coincidência, eu também quero! Parecemos duas crianças que vêem o mar pela primeira vez e, após o assombramento inicial, passam a se esbaldar, brincar, pular e gargalhar.

Volto a ser uma adolescente. "Qual a roupa que visto para ele hoje?". "Será que ele gostaria de ganhar isso?". "Hummm, ai, acho que botei perfume demais"... Toda a preocupação em troca do olhar de deslumbramento que ele tem quando me ver. Mesmo, inclusive, se eu estiver com a minha "maquiagem gótica".

A fome, que já era escassa, torna-se zero. Mas às vezes ele consegue me fazer comer alguma coisa. Puro poder do amor.

Quero o bem dele, tanto, que todo dia rezo a Deus para me dar a graça de enxergar as suas necessidades. De não ultrapassar a sua individualidade. Porque amar é saber também o espaço de um e de outro. Sem esquecer, lógico, de sempre estar ali por ele.

Ele é minha combinação de açúcar e pimenta. :o)