quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Monstro do armário

Se eu for me auto-analisar pelo meu quarto, como as revistas, manuais e livros indicam, tô perdida.
Deus do Céu, nem consigo me achar nessa bagunça toda!
Tudo começa pela imensidão do meu guarda-roupa. Quando abro as duas portas contíguas, a impressão que tenho é que dali vai sair o lendário "Monstro do Armário".
Na minha imaginação, ele é verde-lodo, com umas incrustações na pele - como carapaças, além de dentes afiados, língua em formato triangular e unhas imensas. Assustador!
Outras vezes acho meu guarda-roupa parecido com o que o povo da Idade Média achava do oceano. Algo temeroso, cheio de monstros (não só o do "Armário") e ondas turbulentas. Ou seja, dali ninguém poderia sair vivo.
Isso tudo porque eu tenho umas mil peças de roupas, algumas com cerca de 10 anos de existência.
Tudo bem que o local para colocá-las é minúsculo, mas essa justificativa não é suficiente para não tentar por ordem na casa...
Se eu fizesse uma limpeza impiedosa, poderia voltar a olhar para o espaço com certa admiração.

Se o problema fosse só o guarda-roupa, seria tão mais simples...
Mas eu tenho um apego doente por tudo! Papéis, canetas, livros, revistas, caixas, até sacolas de plásticos. Quando me revolto e resolvo mexer em alguma pequena parcela da desorganização, parece que faço é piorar tudo!
É uma bola de neve!

Essa semana fiquei pensativa ao ver que, em cima da escrivaninha, em frente à cama, há um porta-retrato com uma foto da época do início da faculdade. Sendo que eu mal tenho contato, hoje em dia, com as pessoas que estão comigo naquela imagem. Para piorar, uma delas fez uma sacanagem muito grande comigo. Daí eu ter me revoltado comigo mesma e pensado na hora: - Poxa, Ticiana, essa realidade já faz parte do teu passado e de um passado bem logínquo, mesmo assim tu vai ser leviana ao ponto de nem se importar e deixar essa foto em destaque no teu quarto?

Foi como se tivesse me dado um estalo. O significado daquela foto, ali, me deu impressão de que eu não ligo em realizar uma faxina nas minhas memórias e nem de dar valor a realmente o que importa. É algo sério isso...

Esse fato aconteceu semana passada, mas, ironicamente, a foto continua aqui olhando pra mim. Mesmo com toda essa reflexão, eu ainda não a tirei do local. Tô esperando o quê para fazer as mudanças na minha vida?

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